sábado, 2 de janeiro de 2010

O olhar de Grünberg sobre os povos do noroeste da Amazônia denominados indígenas*

Carlos Alberto Saraiva Monteiro
José Vicente de Souza Aguiar 
 André Belo da Silva
Hebert José Balieiro Teixeira


A presente pesquisa é de cunho bibliográfico da obra do viajante e pesquisador Dr. Theodor Koch-Grünberg - Dois anos entre os indígenas – Viagens no noroeste do Brasil – (1903-1905), onde aborda os estudos etnográficos de Grünberg sobre os povos indígenas do Noroeste da Amazônia, os relatos descritos por ele sobre o que viu e o que ouviu diante dos povos com os quais conviveu nesses dois anos de viagem. Sua viagem começa pelo Estado do Pará passando por Santarém e Óbidos vindo para o Amazonas, onde conheceu Manaus, Itacoatiara, Barcelos e outras cidades. Considerado como referência para a antropologia brasileira, filólogo de formação pela Universidade de Würzburg na Alemanha. Suas obras influenciaram escritores brasileiros na literatura, como Mário de Andrade em MACUNAÍMA. 


A obra do autor faz uma apresentação sobre costumes, crenças, valores, produção artística, alimentação e cultura através de registros escritos, fotos e desenhos. Também faz comentários e críticas sobre os povos mencionando a influência dos europeus e as atrocidades cometidas por estes sobre os indígenas. A pesquisa da obra tem como principal objetivo registrar, analisar e interpretar o discurso impregnado na obra sobre o indígena, ou seja, sobre o “outro”. E com isso compreender o olhar de Grünberg sobre os povos do Amazônia e de que forma contribui para a construção do pensamento do homem Amazônida nos dias de hoje. 


Antes de abordar a obra houve uma preparação para o método de abordagem. Há princípio, buscamos compreender dentro de uma análise dialética partindo como referência na pesquisa social a Minayo (2004), na obra Pesquisa social: teoria, método e criatividade e no auxílio metodológico de descrição e observação dos dados de Rezende (1999), em Pierre Bourdieu e o Estruturalismo. 


Em seguida, foi necessário a compreensão de cultura nos seus diversos aspectos históricos adotando a compreensão de cultura que segundo Hall (1997), a cultura está inserida na linguagem e dos sistemas de classificação que consideramos como naturais, contudo, não deixam de ser fenômenos discursivos e para adentrar nas pesquisas de Grünber estudamos Veiga-Neto (1993), que vem trabalhar a questão da cultura e a escola. As discussões que foram feitas estão relacionadas com a compreensão do homem Amazônico no olhar dos viajantes especificamente em Grünberg (século XIX) que tem influência do humanismo e positivismo muito presente na época e mantido nos dias atuais. 


A obra descreve a vivência entre os indígenas bem como a natureza das paisagens. Contudo o autor manifesta entusiasmo para algumas coisas como ver um conterrâneo no meio da viagem, bem como valorizando algumas artes e desvalorizando outras das tribos indígenas, as noções de beleza de estética, de civilização e de desenvolvimento são descritas tomando como referencia padrão do europeu. E tudo isso aparece de forma explícita e principalmente de forma implícita sobre o olhar do europeu sobre os povos desta região. 


O homem Amazônico é aquele que está voltado para a natureza, simples, ingênuo e bom. Que embora sejam vistos de bom agrado pelo autor, a civilização não está presente nestas regiões remotas e quando algo “verdadeiramente civilizado” acontece em um determinado lugar é porque lá há a presença do europeu e/ou os costumes deles.


*Texto publicado no  "XVIII Congresso de Inciação Científica da UFAM. Manaus: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da UFAM, 2009".




REFERÊNCIAS


HALL, Stuart. A centralidade da cultura:notas sobre as revoluções do nosso tempo. Educação & Realidade. S.l., V.22, n.2, p. 17 - 46, jul – dez. 1997
KOCH-GRÜNBERG, Theodor. Dois anos entre os indígenas: viagens ao noroeste do Brasil – (1903-1905). Manaus: EDUA/FSDB, 2005.
MINAYO, Maria Cecília de Souza. Pesquisa social :   teoria, método e criatividade. ed. 23. Petrópolis :   Vozes,   2004
REZENDE, Maria Vasconcelos. Pierre Bourdieu eo estruturalismo. Política & Trabalho. S.l. p. 193 – 204, set. 1999.
VEIGA-NETO, Alfredo. Cultura, culturas e educação. Revista Brasileira de Educação. S.l. n.23, p. 05 – 15, maio – ago. 2003.

Prática Pedagógica Facilitadora Para o Processo de Ensino-Aprendizagem do Ensino de Ciências em espaços não formais*


Hebert José Balieiro Teixeira[1], Carlos Alberto Saraiva Monteiro[2], André Belo da Silva[3], Mauro César Ferraz[4], Saulo Michael Balieiro Teixeira[5]


A pesquisa foi realizada em torno da Escola Normal Superior - UEA, onde foi observado o ambiente entorno da mesma, como uma proposta de estimular os estudantes a identificar os diferentes ambientes e os seres vivos que nele habitam. “Os estudos sobre ambientes se completam com as investigações sobre os seres vivos que os habitam, na perspectiva de conhecer como determinado ser vivo se relaciona com outros seres vivos e demais componentes de seu ambiente” (PCN p. 67, 2000). O objetivo desta pesquisa é fazer com que os estudantes através da teoria na prática identifiquem no entorno da escola, os diferentes tipos de ambientes existentes e os seres vivos que os habitam, assim como a relação entre eles para um melhor aproveitamento do processo de ensino-aprendizagem no ensino de ciências, sendo esta pesquisa relevante no que diz respeito a sua importância para formulação de aulas metodologicamente mais concretas e não tão abstratas no ensino de ciências, propiciando, desta feita, uma aprendizagem cognitivamente mais proveitosa para o estudante. Na pesquisa percebeu-se que os animais e vegetais se adaptaram as modificações feitas pelo homem. “As adaptações são transformações que as espécies sofrem no passar dos tempos tornando-as mais adequadas ao seu modo de viver”. (SOARES, 1989, p.151). O ambiente observado não estar isolado do meio urbano e estar carregado de gases prejudiciais às espécies existentes neste meio. A pesquisa possibilitou a equipe observar e identificar os diferentes ambientes bem como os seres vivos que nele habitam, ampliando os conhecimentos sobre o assunto, e a partir das teorias estudadas em sala de aula observamos que o ensino em espaço não formal proporciona a entender que o professor pode transmitir para os estudantes de uma forma mais atrativa fazendo com que este estudante esteja interagindo com o conteúdo ensinado pelo professor de uma forma prática e não apenas conteudista. Percebemos como o homem com sua ação e necessidade de ocupar os espaços para utilização de seus recursos modifica o ambiente natural, com isso altera o modo de vida dos animais que se adaptam ao novo ambiente, mudando muitos dos seus hábitos. Portanto, um meio ambiente como os localizados nas dependências das escolas são locais riquíssimos para a formulação de aulas de ensino de ciências, pois mostram para os estudantes na prática o que eles vêem na teoria, dando-lhes consciência sobre a importância de cuidarem do ambiente da escola, assim como de todo e qualquer ambiente.

Palavras-chave: ensino de ciências, ensino-aprendizagem, ambiente.

*Texto publicado no "XVIII Congresso de Inciação Científica da UFAM. Manaus: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da UFAM, 2009".


[1] Acadêmico do Curso de Pedagogia da Universidade do Estado do Amazonas, vinculado ao grupo de pesquisa: Os Fundamentos da Neurodidática e sua Contribuição à Formação de Professores e ao Ensino de Ciências na Amazônia. Email: balieiroteixeira@yahoo.com.br
[2] Bolsista do PAIC/UEA. Universidade do Estado do Amazonas
[3] Acadêmico do Curso de Pedagogia da Universidade do Estado do Amazonas
[4] Acadêmico do Curso de Pedagogia da Universidade do Estado do Amazonas
[5] Acadêmico do Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Amazonas

Análise dos efeitos da avaliação escolar*

Edmar da Paz Soares, Hebert José Balieiro Teixeira , Marcela Monteiro da Silva , Thaiany Guedes da Silva ,Sandra Roselly Santos Correia ,Olinúbia Helena Rodrigues Correia


As idéias preliminares deste trabalho surgiram no cerne das discussões realizadas na disciplina Avaliação Educacional do curso de Pedagogia da Universidade do Estado do Amazonas. No decorrer das aulas foi ficando cada vez mais nítido o quanto a avaliação da educação formal é injusta e muitas vezes afeta psicologicamente os estudantes. Então ao identificar esta problemática procuramos fundamentar nossa pesquisa em vários autores, sendo esta pesquisa de cunho bibliográfico, pois para Carvalho (2001, p. 100) “Pesquisa Bibliográfica é a atividade de localização e consulta de fontes diversas de informação escrita, para coletar dados gerais ou específicos a respeito de um determinado tema”, e é exatamente isso que focamos neste trabalho. Notamos que há um ponto em comum entre os estudantes de qualquer nível de ensino independente de instituição, este ponto em comum é o medo das avaliações, é certo que todos nós em nossas recordações possuímos algum tipo de receio e lembrança traumática, devido algum episódio envolvendo a avaliação escolar. Normalmente nas instituições de ensino o que faz os estudantes se esforçarem com afinco é o medo das avaliações, por possuem um sistema de provas rigoroso. De acordo com Luckesi (2003, p. 21), “De fato, a nossa prática educativa se pauta por uma ‘pedagogia do exame”. Ou seja, a instituição educacional se baseia na meritocracia do exame, sendo que o estudante consegue se dá bem no exame através do seu mérito e não das circunstâncias. A mudança de perspectiva sobre a avaliação poderia reverter qualitativamente a concepção dos estudantes e dos professores sobre a finalidade das atividades escolares, o diploma assim com as notas deveriam representar fielmente o que o estudante adquiriu na escola, algo assim, pode ser conquistado através de uma avaliação construtiva. A avaliação é vista como temor pela totalidade dos estudantes devido o seu caráter arbitrário na cobrança de informações desinteressantes e aparentemente sem nexo e tornam-se documentos oficiais imutáveis muito determinantes na vida dos avaliados que são demasiadamente lembrados que se não tiverem boas notas estarão excluídos dos benefícios da sociedade, em conseqüência disso os estudantes assustados e sentindo-se ameaçados buscam desesperadamente mostrar resultados, aqueles que conseguem com o próprio esforço não o fazem por livre e espontânea vontade não sentido satisfação e vontade de dar continuidade ao conteúdo, e aqueles carentes de ética utilizam formas diversas de lograr o sistema a apresentar resultados que não são coerentes com seu aproveitamento, muitas vezes mantém esta farsa até os níveis mais altos do ensino. Se a avaliação em si e a imagem que possuímos sobre ela é que causa tais problemas é por ela que se deve começar a grande reforma no ensino, retomando-se o seu sentido original onde sua função era apontar o supostos erros encaminhando para a correção orientando assim desenvolvimento pessoal do estudante, dessa forma os erros deixam de ser uma fonte de angústia para passar a ser uma pista considerável para que o estudante alcance a verdade. Para que uma nova era na educação formal se contemple, os professores devem deixar de serem meros avaliadores para se tornar instrutores de pesquisa.

Palavras-chave: Avaliação, Estudante, Ensino.


*Texto publicado no "XVIII Congresso de Inciação Científica da UFAM. Manaus: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da UFAM, 2009".

A violência infantil na Zona Leste da cidade de Manaus*


Hebert José Balieiro Teixeira1
Evandro Ghedin1
Edmar da Paz Soares1
José Ricardo Almeida dos Santos1
Carlos Alberto Silva da Rocha1
Jonas Ladislau da Silva1

1. Universidade do Estado do Amazonas



INTRODUÇÃO:

O presente objeto desta pesquisa surgiu de um interesse ocorrido na disciplina de Metodologia da Alfabetização, do curso de Pedagogia, da Universidade do Estado do Amazonas, sendo este trabalho realizado após a explanação do assunto “violência contra a criança ao longo da história do Brasil até os dias atuais”, e, a partir do estudo realizado deu-se à necessidade da realização de uma pesquisa concernente aos casos de violência infantil ocorridos na Zona Leste da cidade de Manaus.

A partir da problemática levantada, foi necessário constatar os casos de violência de uma maneira mais específica, onde foi-nos instigado a pesquisar a violência contra a criança nos aspectos físico, psicológico e sexual, pois, sabe-se que a violência infantil é uma herança da colonização, sendo que, esta, ocorre no Brasil desde sua “colonização” pelos portugueses. E nos dias atuais percebe-se que esta realidade contra a criança não mudou, sendo que a criança sofre a agressão dentro de sua própria casa. Diante desse cenário foram construídos os seguintes objetivos para a pesquisa: Analisar os dados da violência infantil, cedidos pelo Conselho Tutelar. Divulgar a sociedade sobre a violência infantil. E, por fim, alertar a comunidade a respeito da situação em que esta criança que sofre a violência se encontra. Esta pesquisa torna-se relevante por possibilitar a compreensão e sensibilização da realidade da violência infantil que ocorre no contexto da Zona Leste de Manaus.


METODOLOGIA: 

Nos procedimentos de levantamentos de dados utilizaram-se entrevistas focalizadas com perguntas semi-estruturadas junto ao Conselheiro Tutelar. Segundo Gil (2002, p. 117), esta entrevista “enfoca tema bem especifico, cabendo ao entrevistador esforça-se para que o entrevistado retorne ao assunto após alguma digressão”. Sendo esta pesquisa de cunho quantitativo/qualitativo, pois analisa os números cedidos pelo Conselho Tutelar a cerca da agressão contra a criança.

A princípio, o intuito desta pesquisa era de elaborar uma proposta aplicável e executável, através de um plano de intervenção, de modo que minimizasse a violência infantil, enquanto educadores. Sendo que, a proposta no decorrer da pesquisa foi reavaliada fazendo com que esta, mudasse de direção, passando a ser mais precisamente uma análise dos dados coletados junto ao Conselho Tutelar para posteriormente a divulgação deste levantamento à sociedade, mostrando a real situação da violência infantil na Zona Leste da cidade de Manaus.


RESULTADOS:

A respeito do item “Do Direito a Liberdade, ao Respeito e à Dignidade” referente ao ECA (1990), este foi o segundo direito mais violado, na cidade de Manaus, segundo os dados dos conselhos tutelares, com um total de 3.529 casos registrados no ano de 2006, deste direito, a maior ocorrência violada foi relacionada à violência física, 1.332 casos. Os Conselhos Leste I e II, respectivamente registraram 463 e 532, onde neste total da Zona Leste I, 248 casos são referentes à violência física, enquanto a Zona Leste II registrou um número de 222 ocorrências, já a Violência Psicológica neste item registrou o número de 59 casos na Zona Leste I e 160 ocorrências na Zona Leste II, e por fim, referindo-se à Violência Sexual, foram registrados 110 casos na Zona leste I e 150 ocorrências na Zona Leste II. Observa-se, que dos 532 registros de violações ou ameaças referentes ao item “Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade” referente ao ECA (1990), 949 casos são relacionados às violências física, psicológica e sexual, ou seja, equivale a 95,3% dos atendimentos referentes a este item de Direito à Liberdade.

No ano de 2007, as ocorrências a respeito das violências física, psicológica e sexual aumentaram progressivamente, atingindo um número de 1234 casos na Zona Leste I e 591 ocorrências na Zona Leste II, respectivamente, atingindo uma porcentagem de 36% com relação à cidade de Manaus, dando a entender que a violência diminuiu nesta zona, mas, o que ocorreu verdadeiramente foi o aumento do número da violência infantil nas demais zonas, fazendo com que a percentagem desta Zona caísse.


CONCLUSÕES:

Priore (2007) relata “a história das crianças desfavorecidas no Brasil”, pois desde a proclamação da República, esperava-se um regimento político democrático, no entanto, veio um século no qual muitas crianças e jovens experimentaram crueldades inimagináveis geradas no seio da família, perpassando por todas as áreas da sociedade. E ainda hoje, se observa que esta crueldade, mesmo com a criação do ECA, do Código Penal Brasileiro e do Código Civil que criaram leis de proteção de duvidosa eficácia, uma vez que aumenta o índice de violência contra jovens e crianças indiscriminadamente.

Segundo Priore (2007), a “legislação pretende proteger a criança e o jovem de maus-tratos e da desestrutura familiar. Garantindo educação, políticas sociais, alimentação, cidadania, vigilância e penalidades a quem ferir os menores de idade”, porém, como é visto nos dados acima, observa-se que esta proteção tem que melhorar ainda mais, para que a criança esteja verdadeiramente protegida e segura de toda e qualquer violência. E a escola como instituição promotora do saber e do conhecimento deve promover o esclarecimento à cerca destas crueldades ocorridas contra as crianças, através de palestras educativas para que a sociedade contemporânea possa compreender ainda mais a cerca do descaso e da violência que crianças e adolescentes são submetidas. Desta feita, compreendemos que a escola deve interagir continuamente com a comunidade para um maior esclarecimento da população sobre os efeitos da violência infantil.

Palavras-chave: Violência infantil; Criança; Escola.

*Texto publicado em "61º Reunião da SBPC 'Amazônia: Ciência e Cultura'. Manaus, 2009".

Horta na escola: Educação ambiental, sócio ambiental e qualidade alimentar em uma escola municipal na cidade de Manaus*

José Ricardo Almeida dos Santos1
Hebert José Balieiro Teixeira1
Carlos Alberto Silva da Rocha1
Gabriel Rodrigues do Nascimento1
Evandro Ghedin1
Ademar Vieira dos Santos1

1. Universidade do Estado do Amazonas/UEA



INTRODUÇÃO



O interesse por este estudo e, por conseguinte da participação nesse projeto de pesquisa surgiu a partir do Estágio I do Curso de Pedagogia, ao perceber a necessidade que o conjunto de professores possuíam em construir conteúdos, recursos didáticos e metodológicos para trabalhar as questões ambientais e sócio-ambientais, e até as carências alimentares dos seus aprendizes das séries iniciais em uma escola Municipal. 


Diante disso, percebeu-se a possibilidade de construir juntamente com os estudantes uma horta escolar e utilizar-la de forma interdisciplinar como espaço gerador de reflexões e estudo das questões ambientais, socioambientais e alimentares vivenciadas na escola. 


Diante dessa problemática foram construídos os seguintes objetivos: Sensibilizar os professores e estudantes para construir e manter a horta. Construir conteúdos e metodologias adequadas para trabalhar as questões ambientais e socioambientais refletidas a partir do trabalho coletivo na horta escolar.


Possibilitar docentes e discentes a utilizarem as culturas regionais extraídas da horta como nutrientes alimentares. Esta pesquisa torna-se relevante por possibilitar aos professores e estudantes, ampliarem os conhecimentos sobre a questão ambiental e socioambiental.

METODOLOGIA

Com os procedimentos de levantamentos de dados utilizaram-se entrevista focalizada com perguntas semi-estruturadas com 10 aprendizes que participaram das atividades de construção da horta escolar. Segundo Gil (2002, p. 117) a entrevista focalizada “enfoca tema bem especifico, cabendo ao entrevistador esforça-se para que o entrevistado retorne ao assunto após alguma digressão”. 


Utilizou-se também a observação participante, Carvalho (1995, p. 75) afirma que “Na observação participante cria-se uma situação de proximidade e mesmo envolvimento com o pesquisado ou um grupo, de maneira a vivenciar as mesmas situações e problemas, para posterior avaliação”. Além dos dez estudantes do 3º ano do 1° Ciclo do Ensino Fundamental, participaram também das atividades: quatro professores, uma pedagoga, a gestora da escola e quatro funcionários da administração escolar. 


Os estudantes participaram das aulas teóricas e práticas. Nas Aulas teóricas foram discutidos fundamentos da agricultura orgânica. As aulas práticas foram orientadas com apoio da assistência técnica agrícola e pedagógica, aliando a agricultura e educação. As estratégias pedagógicas consistem no teatro de fantoches, fabricação de composto orgânico, nutrindo as plantas dentre outras estratégias que despertam aprendizagem.

RESULTADOS

Com base nas informações coletadas primeiramente com os discentes, sete estudantes afirmaram que a horta está sendo importante, pois com ela eles aprenderam a “cuidar melhor do meio ambiente” Três aprendizes disseram que “estão gostando da horta, pois com ela a merenda escolar está ficando melhor”. 


Neste aspecto podemos perceber que a horta escolar contribuiu para melhoria do processo ensino-aprendizagem da questão ambiental, subsidiando aquisição de conhecimentos e complementação alimentar, além da sociabilidade entre os estudantes. 


De acordo com dois professores de ciências, a partir das atividades desenvolvidas com a horta, os estudantes passaram a ter maior produção nas aulas de ciências. Para a pedagoga da escola, a horta está sendo muito útil no aprendizado, tanto por parte dos professores, pois estão pesquisando mais em relação à questão ambiental, estão buscando trabalhar de forma interdisciplinar e os estudantes estão aprendendo a questão ambiental mais humana. 


Portanto, acreditamos que os resultados aqui apresentados são substanciais, visto que a pesquisa em questão ainda não foi finalizada, o que nos faz acreditar que neste momento aqueles professores, professoras, estudantes e até mesmo a comunidade já tenham feito outras reflexões sobre as problemáticas ambientais.

CONCLUSÕES

A participação dos estudantes nas práticas agrícolas ecossustentáveis a partir da horta é motivadora e significativa, valorizando assim a construção do sujeito ecológico, visto que permitiu por parte dos professores e estudantes uma aprendizagem mais holística e prazerosa, culminando assim, por uma Educação Ambiental significativa. 


Vale ressaltar, também, que a horta é inserida na escola com função principal de adquirir e produzir conhecimentos da questão ambiental, fortalecendo o ensino-aprendizagem em diversas disciplinas do currículo escolar, além de subsidiar complementos alimentares nutricionais na merenda escolar, permitindo que todos tenham uma alimentação mais saudável. 


Acreditamos que os resultados obtidos até aqui têm atendido os objetivos construídos e trabalhados ao longo de nossa trajetória acadêmica e de pesquisa, como também, de certo modo tem atendido as demandas socioeducacionais daqueles professores, professoras e estudantes como sujeitos protagonistas do meio onde estão inseridos.


Portanto, a horta escolar é uma ferramenta educacional importantíssima na vida escolar dos estudantes, na formação dos professores e no corpo administrativo pedagógico. Assim sendo, fica evidente o compromisso da escola e da sociedade em geral, em apoiar tais projetos educativos.

Instituição de fomento: FAPEAM


Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Horta Escolar, Educação Ambiental, Alimentação



*Texto publicado em "In: 60º Reunião Anual da SBPC, 2008, Campinas. Anais eletrônicos. Campinas : SBPC/UNICAMP, 2008. p. 2514-2514".

Memória de 8 (oito) professoras alfabetizdoras da cidade de Manaus*

TEIXEIRA, Hebert José Balieiro
LIMA, Joyce Rocha de
SILVA; Jonas Ladislau da
CHICRE, Marissa de Almeida
LIMA, Gladstone Miguel de


O presente objeto de pesquisa surgiu de um interesse ocorrido na disciplina História da educação Brasileira e Amazônica da Escola Normal Superior, da Universidade do Estado do Amazonas, onde foi-nos instigado a relembrar as memórias de algumas professoras alfabetizadoras que lecionaram nas décadas de 1960 aos dias atuais. O objetivo deste trabalho é relatar como ocorria o processo de alfabetização destas professoras, pois compreendemos que a alfabetização refere-se à aquisição da escrita enquanto aprendizagem de habilidades para leitura, escrita e as chamadas práticas de leitura, sendo que pertence ao âmbito individual. Por conseguinte a alfabetização é a ação de alfabetizar. E sabemos que nos últimos anos além da questão da alfabetização, levantou-se também a questão do letramento, que para Magda Soares (1998), “é o estado ou condição de quem não apenas sabe ler e escrever, mas cultiva e exerce as práticas sociais que usam a escrita”. Sabe-se que a partir do século XX em diante a alfabetização se deu através dos seguintes métodos: Método Sintético dividido em Silábicos e Fônicos, Método Analítico ou global e o Método de Paulo Freire. A presente pesquisa tem como o objetivo em compreender o processo de alfabetização ocorrido nas décadas de 1960 a 1990 na cidade de Manaus além de favorecer a compreensão a cerca do processo de ensino-aprendizagem, de identificar a formação das alfabetizadoras e, por conseguinte trazer a lembrança do trabalho realizado pelas professoras alfabetizadoras. A presente pesquisa tem como objeto de pesquisa as Memórias de algumas professoras alfabetizadoras que atuaram no período de 1960 a 2008, serão realizadas entrevistas semi-estruturadas abertas com oito professoras alfabetizadoras, sendo este coleta de dados através de gravação e anotação das entrevistas, e esta pesquisa fundamenta-se em autores da área educacional. Observa-se que o processo de alfabetização se dava pelo método tradicional, da memorização, onde quem não soubesse a lição, sofria penalização através de castigo e bolo, esse critério para as professoras era considerado eficaz. Hoje em dia com o construtivismo o pensamento das professoras mudou. Pois para as professoras o construtivismo é bom, sendo que estimula o aluno, a desenvolver sua criatividade, tomar iniciativa.


PALAVRAS-CHAVE: Memórias; Alfabetização, processo de alfabetização.
RELATO DE EXPERIÊNCIA – EDUCAÇÃO


*Texto publicado em "II Seminário Amazonense de Atividades Motoras Adaptadas. Manaus: UFAM, 2008".

Didática e aprendizagem da inteligência e seus processos pedagógicos no ensino de ciências*


 Hebert José Balieiro Teixeira
Prof. Dr. Evandro Ghedin


Objetivos

Trata-se de pesquisa básica e tecnológica aplicada na área da formação de professores e no ensino de Ciências que toma as Neurociências, as Ciências Cognitivas e a Filosofia da Mente como epistemologias estruturantes para elaboração dos fundamentos teórico-práticos da Neurodidática. O que se propõe é uma aproximação multi-transdiciplinar do ensino-aprendizagem a partir das neurociências aplicada à educação/ensino sob enfoque biológico, neurológico, psicológico e filosófico, voltado para aquisição de informações e ampliação do conceito de inteligência.


Procedimentos metodológicos

Esta pesquisa desenha-se em um movimento da fenomenologia dos processos cognitivos para uma fenomenologia dos processos educativos a um produto Neurodidático do ensino de Ciências. O processo proposto alia explicação e compreensão em torno de uma teorização dos processos cerebrais e sua (auto) organização. Parte-se de um levantamento sobre o conhecimento produzido e publicado em livros e periódicos científicos nas áreas das Neurociências, Ciências Cognitivas e Filosofia da Mente nos últimos 20 anos.


Resultados

Tenta-se compreender o processo da aprendizagem, sendo esta questão de suma importância a este estudo, pois, segundo Dináh (2002, p. 28), a aprendizagem é “o ajustamento ou adaptação do indivíduo ao ambiente”. E para fortalecer o conceito de aprendizagem recorremos à Didática, a qual tem responsabilidade e importância no processo de ensino-aprendizagem, pois para Candau (2001, p. 30), “o ensino de didática passou a ser um ensino voltado para a aquisição da aprendizagem pelo educando com maior facilidade e rapidez”. Analisando as várias concepções de inteligência e sua influência no processo didático-pedagógico de aprendizagem, podemos entender em que medida esses diversos conceitos de inteligência servem para a compreensão dos componentes do processo cognitivo do conhecimento, pois para Gardner (1994, p. x), “Inteligência é a capacidade de resolver problemas ou de criar produtos que sejam valorizados dentro de um ou mais cenários culturais”. No entanto, para Piaget (1987, p. 15), “a inteligência é uma adaptação”, já para Lopes e Abib (2003), “ter inteligência pode ser definido como manifestar determinada atualização”.



Conclusão

Através da presente pesquisa podemos destacar a importância da compreensão dos vários conceitos de inteligência para a práxis didático pedagógico da aprendizagem no ensino das Ciências, pois, a didática, a aprendizagem e a inteligência estão em constante ligação. A didática procura transmitir os conteúdos de forma que ocorra o processo de ensino-aprendizagem e que o professor compreenda o processo neurológico da aprendizagem em seu aluno. A aprendizagem da inteligência, busca a compreensão do processo individual cognitivo da aprendizagem.


*Texto publicado em " 16º Simpósio Internacional de Iniciação Científica da USP - 16º SICUSP. São Paulo, 2008".



Referências bibliográficas

CANDAU. Vera Maria (org.). A didática em questão. Petrópolis: Vozes, 2001.
CAMPOS, Dináh Martins de Souza. Psicologia da aprendizagem. Vozes, 2002, p. 28-36.
GARDNER, Howard. Estruturas da Mente: A Teoria das Inteligências Múltiplas; (Trad. Sandra Costa) Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1994.
LOPES, Carlos Eduardo and ABIB, José Antônio Damásio. O Behaviorismo Radical como filosofia da mente. Psicologia: Reflexão e Crítica, 2003, vol. 16, no. 1, p.85-94
PIAGET, Jean. O nascimento da inteligência na criança. 4. Ed. Rio de Janeiro: LTC Editora, 1987.